top of page

O que é Comunidade Eclesial de Base?

 

Vamos recordar o que são as CEBs - Comunidades Eclesiais de Base. Como estão organizadas? Onde atuam? Quem participa das CEBs? O que são CEBs? Estamos nos propondo a esclarecer um pouco estas questões.

 

A palavra CEB significa COMUNIDADE ECLESIAL DE BASE. E quando colocamos no plural - CEBs, significa COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE. São grupos de cristãos leigos, geralmente pobres, que se reúnem regularmente, nas casas de famílias ou em centros comunitários, a fim de ouvir e aprofundar a Palavra de Deus, alimentar a comunhão fraterna e assumir o compromisso cristão no mundo.

 

Chamamos COMUNIDADES porque são grupos formados por pessoas a partir do lugar onde moram, nos bairros, periferias, centro, morros, zona rural... que procuram viver relações fraternas de partilha, ajuda, solidariedade e serviço.

 

Dizemos ECLESIAIS, por se tratar de grupos de seguidores dos exemplos de Jesus, dos apóstolos, em comunhão com a Igreja. E de BASE porque está presente desde o começo da Igreja com os Primeiros Cristãos e também porque é vivida pelo povo que está na base humana e cristã, gente pobre ou pessoas que se colocam ao lado dos pobres.

 

No início da década de 60 nasciam as Comunidades Eclesiais de Base, muito embora tenham sido semeadas alguns anos antes. Nasciam da necessidade do povo se unir, para melhor participar da Igreja, saber seus direitos, discutir os problemas e procurar resolvê-los. De lá pra ca estão sendo regadas com muita fé, alegria e esperança. Muitos mártires, a exemplo de Jesus e dos Primeiros Cristãos, têm regado as CEBs, com o próprio sangue.

As CEBs têm suas raízes nas comunidades formadas pelos Primeiros Cristãos. Deles se dizia: "Eles eram um só coração e uma só alma". Formavam comunidades sobretudo de pobres ao redor da Palavra de Deus, partilhavam o que tinham e testemunhavam a fé até as últimas consequências.

 

A partir da década de 60 - quando nasceram - as CEBs foram crescendo e se espalhando por todo o Brasil. Então, sentiu-se a necessidade de reunir e articular essas comunidades para que pudessem trocar experiências e buscar luzes e força no compromisso comum. Nasciam, dessa forma, em 1975 os Encontros Intereclesiais das CEBs.

Vamos  conhecer mais um pouco da experiência das CEBs e o que é um Intereclesial de CEBs.

 

O que é um Encontro Intereclesial de CEBs

 

 No texto anterior falamos um pouco sobre as Comunidades Eclesiais de Base e vimos que os participantes das CEBs se reúnem nos Encontros Intereclesiais. Hoje vamos saber o que é um Intereclesial.

O Intereclesial é um encontro que reúne os representantes das CEBs - Comunidades Eclesiais de Base de todo Brasil. A iniciativa de organizar um encontro Intereclesial surgiu na década de 70, sendo realizado o primeiro em 1975, na cidade de Vitória, Espírito Santo. Os Intereclesiais nasceram com a finalidade de partilhar as experiências, a vida, as reflexões das CEBs.

 

Os Intereclesiais são uma experiência muito enriquecedora, pois revelam com maior clareza a situação em que vive o nosso povo pobre, possibilitam a prática do ecumenismo e manifestam com que profundidade se vive nas bases da Igreja a relação entre fé e política.

 

Dos Intereclesiais surgiu uma nova face da nossa Igreja, animada por tantas Comunidades Eclesiais de Base e marcada pela opção pelos pobres. Através dos Intereclesiais, mantém-se a memória da caminhada de nossa Igreja.

Vila Rica, 06 de setembro de 2016“

 

“ CEBs um novo jeito de ser Igreja”

Queridos companheiras e companheiros na missão

Passadas quatro gerações, as CEBs construíram sua história e, hoje, são conclamadas a se pronunciar sobre sua identidade. Talvez muitas pessoas têm a impressão de que as CEBs sejam algo do passado ou que desapareceram. Mas, na verdade, elas estão presentes e são atuantes, com grande vitalidade. Mesmo que estejamos vivendo numa conjuntura sócio-eclesial desafiadora, e, não obstante suas evidentes contradições, este é um contexto favorável às CEBs.

Segundo D. Luciano Mendes de Almeida, a Igreja é chamada a ser sinal do Reino de Deus para o mundo, e as CEBs são chamadas a ser um sinal para a Igreja. Ainda que minoritárias e de menor visibilidade, continuam sendo fermento do evangelho, ajudando a Igreja a não perder de vista seu ideal. Queremos uma CEBs que saia de si e leve para outras comunidades seu ânimo, seu entusiasmo e suas descobertas, e assim se fortalecerá e poderá ser estímulo para que as outras sejam também solidárias, participativas e evangelizadoras.

Em agosto, a coordenação das CEBs se reuniu em São Felix do Araguaia juntamente com D. Adriano para planejar o  encontro das CEBs que se realizará nos dias 24 e 25/09, em São Felix do Araguaia. A chegada pode ser na sexta-feira, no período da tarde. Neste encontro estarão presentes pessoas da coordenação do Regional Oeste II. Pedimos aos Regionais que enviem 01 ou 2 pessoas para juntos planejarmos o encontro Regional das CEBs, em Setembro de 2017. Essas pessoas deverão articular nos seus regionais o compromisso que será assumido no encontro. As despesas de alojamento e alimentação será por conta da Prelazia. A viagem por conta dos Regionais.

Contamos com a compreensão e apoio de todos e, assim, possamos levar em frente nossa grande missão.

Abraços a tod@s

 

A coordenação

Ir. Iza, Junio, Umbelina, Ir. Margarida

Obs: Favor enviar os nomes até dia 21/0

                                                                        IRMÃ ODILE- MISSIONÁRIA NO ARAGUAIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Odile Eglin, nasceu na França, região de Alsacia, na cidade Mulhouse, em Alemão significa   “casa do moinho”. Por causa da segunda Guerra (1943) sua família se viu obrigada a se retirar de sua cidade de origem, partindo para um pequeno vilarejo chamado Rixheim, onde residiu até 1953, retornando para cidade para iniciar os estudos.

Odile começou a estudar com seis anos de idade, em colégio de freiras, sendo que a escola publica em sua época ficaram sobre a responsabilidade de religiosas da região, onde o catolicismo era predominante. Sua educação escolar foi feita em três escolas diferentes, porém não sentia realizada para continuar uma vida de estudo como seu pai desejava, sentia o chamado ou desejo de fazer algo diferente para contribuir com a sociedade, sem ser uma simples profissional.

Por causa dos efeitos da Guerra a cidades vizinhas necessitavam de ajuda na área da saúde, uma das alternativas do governo foi simplificar a formação de enfermeiras, reduzindo o curso de quatro anos para dois anos. Foi nesse projeto que Odila deu continuidade a sua vida de estudos, sendo que não tinha o ensino médio completo, formando em enfermagem no ano de 1961.

Durante este trabalho junto aos doentes começou a surgir o chamado a vida religiosa, provocando uma inquietação dentro de si, porém os anos foram passando e o desejo ficando mais forte. Para um melhor discernimento, procurou ajuda com as irmãs do mosteiro franciscano, durante este acompanhamento percebeu que não era algo atrativo. Durante   uma palestra realizada na escola por uma das irmãzinhas de Foucauld que relatava sobre a vida de Irmão Carlos de Foucauld que nos inícios do século XX foi ao meio dos muçulmanos no deserto da Algéria, não para anunciar mas para conviver com eles e acolher a diferença de sua cultura e de sua religião.  Foi nessas palavras que despertou o desejo de seguir profundamente os ensinamentos de Jesus, iniciando uma caminhada vocacional na congregação das Irmãzinhas de Foucault, sempre com o intuito de poder buscar Deus, onde sua opção de vida sempre foi bem decidida, seguir o evangelho e a fraternidade.

Como já havia experiência em enfermagem foi trabalhar em um hospital, para ajudar na manutenção da congregação. No ano de seu noviciado foi convidada a vir morar no Brasil devido a escassez de noviças, sendo Minas Gerais, na cidade de Roças Novas, sua primeira residência, onde terminou o noviciado. Em seu período de Juniorato, foi morar no Rio de Janeiro, onde viveu de 1966 até 1970, trabalhou como empregada doméstica, por motivo de saúde não podia trabalhar junto com suas companheiras nas fábricas. O motivo de trabalhar era não só manter a congregação e sim viver a realidade dura das mulheres da região.

No ano de 1982 recebeu o convite para compor a fraternidade das irmãs na aldeia Tapirapé em MT, situada na Prelazia de São Felix do Araguaia, o principal serviço era cuidar dos doentes, pois os indígenas eram sensíveis à malária e a gripe, que provocavam vários casos de pneumonia, causando a morte de muitas crianças e adultos.

 

O trabalho da Irmãzinhas na região do Araguaia, iniciou-se através dos frades dominicanos franceses que missionavam em terras do Araguaia, que os Tapirapé estavam em extinção. Dos 1500 de antigamente foram reduzidos a 47 por causa incursões dos Kayapó, das enfermidades dos brancos e da falta de mulheres. No espírito do Irmão Carlos, de ir para conviver e não para converter, decidiram unir-se à agonia de um povo.

À sua chegada, a Irmãzinha Genoveva ouviu do cacique Marcos: “os Tapirapé vão desaparecer. Os brancos vão acabar conosco. Terra vale, caça vale, peixe vale. Só índio não vale nada”. E eles haviam internalizado que não valiam nada mesmo e que estavam condenados inexoravelmente a desaparecer.

Elas foram junto a eles e pediram hospedagem. Começaram a viver com eles o evangelho da fraternidade na roça, na luta pela mandioca de cada dia, no aprendizado da língua e no incentivo a tudo o que era deles, inclusive a religião, num percurso solidário e sem retorno. Com o tempo foram incorporadas como membros da tribo.

A autoestima deles voltou. Graças à mediação delas, conseguiram que mulheres Karajá se casassem com homens Tapirapé e assim garantissem a multiplicação do povo. De 47 passaram hoje a mais 1220. Em 50 anos, elas não converteram sequer um membro da tribo. Mas conseguiram muito mais: fizeram-se parteiras de um povo, à luz daquele que entendeu sua missão de “trazer vida e vida em abundância”.

 

 

 

 

bottom of page