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PRELAZIA DE SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA
Povo de deus no sertão
PASTORAIS E SERVIÇOS
Fórum Educação de Jovens e Adultos e Lançamento do Caderno de Conflitos -CPT
Por: Luis Claudio
O Fórum permanente de EJA – Educação de Jovens e Adultos é um Movimento Social que acontece a 10 anos, ao qual a CPT e a Prelazia de são Félix do Araguaia são instituições parceiras desde o seu início. É discutido por educadoras e educadores de EJA, alunas e alunos, universidades, associações e demais instituições parceiras quanto aos caminhos de desenvolvimento desse direito à educação conquistado. O tema desse ano foi Currículo e Concepções: Reflexão sobre as Ações dos Elementos da EJA.
Assim entre os dias 18 e 20 de maio, participaram do X Fórum de EJA, cerca de 300 pessoas, entre professoras e professores, funcionárias/os e alunas/as e instituições parceiras como: Sintep MT (Coordenação Estadual), Unemat – Luciara, IFMT Polo Confresa, UFMT, ATV – Associação Terra Viva, Prelazia de são Félix do Araguaia, AXA – Articulação Xingu Araguaia, Rede de Sementes e CPT – Comissão Pastoral da Terra, dentre os quais 80% dos participantes são mulheres que protagonizam o Movimento. Os alunos e alunas em sua maioria são de mais idade, camponesas e camponeses, ou então, que tem sua origem, suas raízes no campo.
Na mesa dos Movimentos Populares fizemos o lançamento Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2016, onde dissemos um forte: Primeiramente: Fora Temer!
Foi uma mesa diferente, que iniciou através do uso de uma paródia do Funk na Favela, que faz parte do Movimento Cultural Urbano. Em seu Refrão da Música cantamos: “O Governo veio quente e nóis já tá fervendo. Prepara pra lutar, já to entendendo, quando nóis se ajunta o Governo sai correndo. Nossa EJA – tem história de luta...
Aprendemos nova palavra, palavra que liberta, ‘suprefática’: “A vida tá suprefática, suprefática dimais, antis tinha di tudo, agora já num tem mais” (do poema Suprefática, livro Embiras do professor Edilson Pereira Santos, coordenador do Regional da EJA). Essa palavra é dita por ribeirinhos de Luciara, às margens do Araguaia, beleza da margem que contrasta com os marginalizados.
‘Ehh, o, o vida de gado, povo marcado e povo feliz”! Realmente a vida tá suprefática.
Conjuntura em que o Caderno de Conflitos foi iniciado:
Ano passado, se conseguiu passar no congresso uma Lei sobre Trabalho Escravo, no entanto, a Bancada do ‘Boi, da Bala e da Bíblia’, agora tentam enfraquecer o conceito: primeiro estabelecer a diferenciação entre trabalho escravo, condições degradantes de trabalho escravo e jornada exaustiva, enfraquecendo as sanções e penalidades. Tentam também enfraquecer a ação dos auditores do trabalho.
Entre 1997 e 2002, a Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, recebeu através da CPT, de Frei Henri em xingara, denuncia de 300 trabalhadores escravos, na fazenda Brasil Verde e o brasil sofreu condenação, dai surgiram os conselhos de fiscalização ao trabalho escravo e unidades móveis.
Em Minas Gerais mataram auditores do trabalho em 27 de janeiro de 2004, eram 3 auditores e o motorista, até hoje sem julgamento, o que levou a ser os grupos móveis uma ação conjunta cm o Ministério Público e Polícia Federal
Em um contexto de conflitos, surge o Caderno de Conflitos, no período em que a UDR, hoje CNA, antes latifúndio hoje agro, em 1985, no mesmo ano de nascimento do MST, gestado na luta ‘filho’ da CPT, se começa um trabalho de tabulação e registros dos conflitos, em pleno auge do martírio de várias lideranças camponesas, que agora volta a acontecer com muita intensidade, hoje, 21 anos após o massacre em Eldorado Carajás. Os conflitos continuam e o Caderno infelizmente é ainda uma necessidade de denúncia e de anúncio. O Caderno é reconhecido por todo Brasil, até mesmo pela “plim plim” como fonte de informações.
O Caderno de Conflitos está organizado em blocos: que trata conflitos no campo, terra, água, violência contra a pessoa humana. É um excelente material de discussão em sala traz pensadores e militantes como Leonardo Boff, Carlos Walter, Sandro Gallazzi dentre outros.
Os números em 2016 são 2.639 famílias expulsas, o que implica um aumento de 232% em relação a 2.015 que registrou 795 famílias. Os conflitos por terra, que somam ocupações e retomadas de acampamentos somam 1.295 é o maior dos últimos 10 anos.
Em homenagem as pessoas que tombaram em Pau d ‘ Arco - PA, recitamos cantando o poema de João Cabral de Melo, trecho da peça Morte e Vida Severino, lamento nordestino, que é lamento de todo o Povo: “não é cova grande, é cova medida, é a terra que querias ver dividida.”
Até quando? Até quando tamanha injustiça e opressão vai pairar sobre essa terra que é de Deus e de irmãos e irmãs?
A Hora é de se levantar!
Por : Luís Claudio, agente de pastoral
Em Cuiabá, a poucos dias, os Movimentos e Pastorais Sociais se encontravam, na perspectiva de construção da Via Campesina em Mato Grosso. Lá estavam representantes do Conselho Indigenista Missionário - Cimi, da Comissão Pastoral da Terra - CPT, do Movimento Sem Terra - MST, do Movimento dos Atingidos por Barragem - MAB, do Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA, da Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB, da Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF e da etnia Bororo. Curiosamente dentre os participantes, a maioria era jovem, o que nos enche de Esperança;
Falamos e debatemos muita coisa boa por lá, das quais diante da conjuntura atual, daremos destaque a uma fala de liderança popular que disse: “Um dos grandes problemas que nós temos são as lideranças, que são antigas e que não conseguem pensar “fora da caixinha”. Não se consegue dialogar. Por que o Movimento Estudantil não teve apoio dos movimentos institucionalizados? Tem pessoas que acreditam que se pode fazer tudo por wat zap.
No diálogo com a base, qual o nosso Projeto de Sociedade? A construção de um projeto coletivo precisa ser de base. Por que os/as estudantes apanharam sozinhos em Brasília? De novo cada qual ficou dentro de sua “caixinha”.” É hora de se levantar, de sair de dentro da “caixinha” sem dúvida.
Na região algumas’ Ilhas de Esperança’ são construídas, dentre elas podemos e devemos mencionar a AXA – Articulação Xingu Araguaia, o nascimento da Rede de Sementes, a permanência da juventude camponesa em alguns lugares como na Bordolandia. São ‘luzes’ que são acesas no coração.
No passado no Araguaia, a militância e organização popular aconteceu através da Prelazia de são Félix e através da construção de sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais fortalecidos, que hoje, salvo raras exceções, estão enfraquecidos e desarticulados. Na verdade, em todo país, o Movimento Sindical estava em uma espécie de stand by e que ao que se demonstrou no último dia 28 de abril, na Greve Geral, passou a standy up, afinal as maiores Centrais Sindicais do país, em conjunto aos Movimentos Sociais, aglutinados à ‘Frente Brasil Popular’ e ‘Povo Sem Medo’, mobilizaram paralizações por todo país na ordem de 40 milhões de pessoas, o que não acontecia a muito tempo.
Também a alguns dias atrás, a Fetagri organizou um Seminário em Porto Alegre do Norte, cujo tema era: Seminário Regional de Formação de Lideranças Sindicais e Associações de Trabalhadores Rurais. Era um Encontro de Região, onde estavam representantes de Porto Alegre do Norte, Canabrava, Vila Rica, Confresa e Santa Cruz do Xingu. Lamentavelmente, nenhuma organização popular organizada atuante nesses municípios foi convidada, outro equívoco, em nossa avaliação, que o Movimento Sindical comete, está em fazer alianças com o chamado agronegócio, muito embora, o próprio termo ‘agro’ implica dizer campo cultivável, onde seja possível a Vida, mais não é o caso, pois, ao transformar a terra em negócio, em agribussines, e o que ela produz em commodities, não há mais relação com a terra, como a resistência camponesa tem, de se pertencer à terra que nos dá alimento. Ela passa a ser mercadoria. Por isso, causa estranheza quando uma entidade sindical de classe, representativa de trabalhadores e trabalhadoras camponeses/as faz aliança perversa com quem considera o pequeno um atrapalho ao “desenvolvimento”!
No Seminário da Fetagri, algumas pautas foram tiradas e ainda estão em processo de construção, mais são bem interessantes do ponto de vista estratégico das lutas, dentre elas, a realização em breve do ‘Grito do Araguaia’, uma mobilização que trará nas pautas: a Reforma da Previdencia e Trabalhista, BR 158, Incra e a questão do embargo imputado por um juiz em Barra do Garça, que impede a realização de novos assentamentos. Resta nos, no entanto, saber se o Movimento Sindical quer se somar aos demais movimentos populares, ou se pretende se aliar aos grandes, pois, as falas de alguns dirigentes sindicais presentes no Seminário, diziam: “somos parceiros do Agro”, “vamos buscar aliança com parlamentares que querem construir uma agenda no Araguaia e não tem base, para que banquem o movimento”, até que uma mulher dirigente, se contrapôs, pedindo para se ter cautela quanto a qual, ou quais parlamentares se convidam, pois, há parlamentares que prejudicam os trabalhadores, então, como chamar alguém contrário ao trabalhador para o Movimento? Será que o Movimento Sindical sairá de sua “caixinha”? Como aliás, fez por exemplo, na construção do Movimento Unitário em Mato Grosso, que foi de 2013 a 2015.
Nesse momento, nosso papel enquanto militantes sociais é de ser “como os suricates em saber “cavar e vigiar”. Estejamos atentos as novas gerações.”, como disse o professor Gilmar do Sintep durante o Encontro da Via Campesina.
Por fim me recordo que no Encontro da Fetagri ao ser dada a palavra para a CPT, um dirigente sindical de Cuiabá dizia que “quanto mais foice mais roçado”. Realmente, será que querem aqueles braços que usam as foices, ou basta as grandes roçadeiras e o uso dos herbicidas como o tordon e garlon para “limparem” os roçados e sujarem as águas, o ar e a Vida!
Carta convocatória :
Porto Alegre do Norte 15 de Fevereiro de 2017.
Aos Agentes e Coordenadores de Pastorais da Prelazia de São Félix do Araguaia -MT
Aos dias 10 de Outubro de 1971 D. Pedro Casaldáliga recém sagrado Bispo lança a Carta Pastoral: “Uma Igreja da Amazônia em conflito com o latifúndio e a marginalização social ”; denunciando pela primeira vez a dura realidade do trabalho Escravo Contemporâneo; marco importante na luta pelos Direitos Humanos, cuja defesa e promoção, sempre estiveram presentes em toda a caminhada da Prelazia de São Félix do Araguaia, desde sua origem.
Hoje, somos chamados a responder aos sinais dos tempos e mais uma vez nos comprometermos com essa rica história na luta e defesa dos Direitos Humanos, que apresentam outros desafios, tendo em vistas a continuidade dessa Missão, o Nosso Bispo do Adriano, sentiu-se na necessidade de rearticular esse trabalho em nível de toda Prelazia.
Hoje, somos chamados a responder aos sinais dos tempos e mais uma vez nos comprometermos com essa rica história na luta e defesa dos Direitos Humanos, que apresentam outros desafios, tendo em vistas a continuidade dessa Missão, o Nosso Bispo do Adriano, sentiu-se na necessidade de rearticular esse trabalho em nível de toda Prelazia.
No Bolão de 2016, demos o ponta pé inicial onde, foi discutida e aprovada a necessidade da Criação de um Centro de Direitos Humanos, ficando designada uma equipe para os encaminhamentos necessários.
Na Assembleia do Povo do mesmo ano, houve a apresentação da proposta que foi deliberada e aceita por unanimidade dos presentes. Ficou definida a data do dia 05 de Março para a realização da Assembleia Geral, para a instituição do CENTRO DE DIREITOS HUMANOS DOM PEDRO CASALDÁLIGA – CDHDPC.
Conforme compromisso assumido em Assembleia do Povo, na qual todas as Paróquias (Regionais) se fizeram presentes, com seus Padres, Religiosos(as), Coordenadores(as) de Pastorais e demais lideranças de nossas comunidades, convidamos todas as Paróquias (Regionais) através de seus responsáveis para que façam as articulações necessárias e marquem presença na Assembleia de Constituição do CDHDPC.
Para tanto, estão convidados, lideranças das Paróquias (dos Regionais) que se identificam com as causas dos Direitos Humanos e representantes das equipes de pastoral de cada uma das Paróquias (Regionais) da nossa Prelazia de São Félix do Araguaia, não há limite de participantes. Porém, todos as Paróquias (Regionais) devem estar representados.
A Assembleia de Instituição do Centro de Direitos Humanos Dom Pedro Casaldáliga acontecerá no dia 05 de março de 2017, às 09:00 da manhã no centro de pastoral Pe. Josimo; Rua Açucena – Setor São Geraldo – Porto Alegre do Norte – MT
Desde já lhes agradecemos.
EQUIPE DE ARTICULAÇÃO.
COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE - CEBs
Endereço: Rua Acucena - Setor São Geraldo Cx Postal 23 - CEP.: 78.665-000 - Porto Alegre do Norte (MT)
Comissão: Ir. Maria Margarida Palace, Junio Souza Alves, ...
Encontro de formação de lideranças das Cebs
CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO - CIMI
Em Luciara: Av. Eliseu Abreu Luz, 150 - centro 78.660-000 - Luciara -MT
Fone: (66)3528-1180
Equipe de Pastoral: Arlete Chaves Rodrigues, Elismar Vieira de Sousa, Maria José de Sousa Cruz, Olimpia Soares
Em Confresa: Aldeia Tapi'Itawa - CEP:78.652-000 Confresa (MT) Cx Postal 01
Equipe de Pastoral: Odile Eglin, Eunice Dias de Paula e Luiz Gouvêa de Paula
Equipe Indigenista de Querência | Os povos indígenas não aceitam a PEC 2015 | Assembléia 2015
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA (CPT)
Endereço: Av. JK n° 226 Centro CEP: 78.665-000 /Porto Alegre do Norte (MT)
Fone: (66)3569-1148 E-mail: cptaraguaia@gmail.com
Equipe de Pastoral: Pe. Paulo Cézar Moreira Santos; Cláudia Alves de Araújo; Jaqueline Felipe dos Santos; José Gomes.
Cine Garagem | Comissão pastoral da Terra
PASTORAL DA CRIANÇA
Endereço: Rua Acucena - Setor São Geraldo Cx Postal 23 - CEP.: 78.665-000 - Porto Alegre do Norte (MT)
Coordenadora:Ir Ivanete de Fátima Rimoldi
CATEQUESE
Endereço: Rua Acucena - Setor São Geraldo Cx Postal 23 - CEP.: 78.665-000 - Porto Alegre do Norte (MT)
Comissão: Ir. Rosa da Veiga; Pe. Alexandre de Assis Peixoto; Pe. Paulo Adolfo Simôes; Pe. Carlo Pellegrino; Antônia.
DIREITOS HUMANOS
Endereço: Av. Dr. José Fragelli, 1310 – Vila Nova - Cx. P. 05 CEP.: 78.670-000 – São Félix do Araguaia (MT)
Fone: (66)3522-1449. E-mail: dhumanosprela@gmail.com (dhsf@uol.com.br)(MT)
Coordenadora: Adv. Maria José Souza Moraes.
PASTORAL DO DÍZIMO
Endereço: Rua Acucena - Setor São Geraldo Cx Postal 23 - CEP.: 78.665-000 - Porto Alegre do Norte (MT)
Comissão: Pe. Carlo Pellegrino; Ir. Maria Margarida Palace; Jairo Miguel da Cunha (Confresa); Joaquim
Março e abril de 2015 | Encontro de formação
INFÂNCIA E ADOLESCENCIA MISSIONÁRIA
Endereço: Rua Acucena - Setor São Geraldo Cx Postal 23 - CEP.: 78.665-000 - Porto Alegre do Norte (MT)
Coordenadora: Ir. Maria de Fátima Petri
PASTORAL VOCACIONAL
Equipe: André Pereira, José Gomes, Gilma Alexandrino da Costa, Ivanete de Fárima Rimoldi, Nicola Silvestri, Paulo Adolfo Simões.
A Pastoral vocacional no Facebook | 1° Encontro vocacional 18-19/4/2015
SETOR JOVENS
Equipe: Nildo Barbosa, Marco Antonio Dorneu Gallo, Tiago Felipe Polonha, José Joles Glufka, Arcides Luiz Favaretto, Ângelo Altair Oliveira, José Gomes, Jaqueline Felipe dos Santos.
EQUIPES DE TRABALHO
JORNAL ALVORADA
Cláudia Alves de Araújo, Maria José de Souza Moraes, Arcides Luiz Favaretto, Carlo Pellegrino.
FORMAÇÃO DE BASE
Carlo Pellegrino, Nicola Silvestri, Aldo Busso, Marco Antonio Dorneu Gallo, Elismar Vieira de Sousa, Luzia Kátia da Silva.
ROMARIA DOS MÁRTIRES DA CAMINHADA
Dom Adriano Ciocca Vasino, Erika Czermak, Rosa da Veiga, André Pereira, Silvio, Luis Claudio da Silva, Gercé Divino Borges