Queremos viver e anunciar a Boa Nova do Evangelho com alegria, jeito humilde e paixão.
PRELAZIA DE SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA
Povo de deus no sertão
Oficina sobre Sementes Crioulas fomentou produção, conservação e armazenamento
19 fev.2016
Por Rafael Govari
Nos dias 18 e 19 de fevereiro aconteceu em Porto Alegre do Norte-MT uma Oficina de Produção, Conservação e Armazenamento de Sementes Crioulas, realizado pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), Associação Terra Viva (ATV) e o Instituto Socioambiental (ISA), através do Projeto Sociobiodiversidade Produtiva no Xingu - Fundo Amazônia, com a parceria do Instituto Federal Goiano. Participaram cerca de 30 pessoas entre coletores da Rede de Sementes do Xingu, agricultores familiares e estudantes do IFMT de Confresa.
O objetivo da Oficina foi levar conhecimento das vantagens das sementes crioulas, informações sobre a produção, conservação e armazenamento, com o intuito de manter esse patrimônio genético e iniciar um pequeno banco de sementes nas casas de sementes da Rede de Sementes do Xingu. Além disso, foi realizada uma troca de sementes entre os participantes e os pesquisadores. Sementes crioulas é toda variedade que foi cultivada tradicionalmente e em que o material genético não está agregado a nenhuma empresa.
“Os pesquisadores do Instituto Federal de Iporá vieram trazer a experiência deles, pois possuem um banco de sementes crioulas. Na verdade eles vieram ensinar e também aprender, porque os agricultores demonstraram que também sabiam muito sobre sementes crioulas. E foi muito interessante porque rolou uma troca de sementes também”, disse a técnica do ISA Sarah Domingues de Oliveira Andrade.
A dona Cleusa Nunes de Paula, do P.A. Macife em Bom Jesus do Araguaia-MT, fazia 10 anos que não possuía mais sementes de croá, uma trepadeira, muito doce e que é excelente para fazer suco. Além de todo o aprendizado, dona Cleusa foi embora muito feliz e levando sementes de croá na troca realizada durante a Oficina. Também foram trocadas sementes de feijão, abóbora, melancia e milhos.
Os pesquisadores explicaram as diferenças entre sementes crioulas, híbridas e transgênicas e as suas vantagens e desvantagens em relação ao pequeno agricultor. “Falaram como conservar essas espécies e como reproduzir ao longo do tempo, com objetivo de que as sementes não se percam. Para isso, foi citado usar a estrutura da Rede para armazenar as mesmas nas Casas de Sementes para poder multiplicar entre os coletores”, disse Sarah. Como encaminhamento da Oficina foi combinado que os coletores presentes fariam os plantios das sementes crioulas para produção em maior escala como um início do banco de sementes na Rede.
A ideia é promover outras ações para produção, conservação e armazenamento de sementes crioulas.
(Por Rafael Govari – ISA; Fotos: Cláudia Alves - CPT)
Participaram cerca de 30 pessoas entre coletores da Rede de Sementes do Xingu, agricultores familiares e estudantes do IFMT de Confresa
Participaram cerca de 250 pessoas entres camponeses e urbanos.
UM DIA PARA DENUNCIAR A MORTE E ANUNCIAR A VIDA!
Dia do Trabalhador Rural e Lançamento do caderno de Conflitos no Campo Brasil
No dia 28 de Julho do presente ano, em Rondonópolis, o camponês e a camponesa demonstraram como mantem 70% da alimentação na mesa do povo brasileiro. Isso aconteceu na Praça Brasil, onde estes/as trabalhadores/as rurais de 09 municípios e 28 comunidades organizaram uma Feira Agroecológica com produtos sem utilização de agrotóxicos, naturais e frescos, durante todo o dia. Ao todo, contou com a presença de, em média, 250 pessoas, fora os transeuntes que visitavam, conversavam e compravam. Na feira houve café da manhã e almoço aos camponeses/as da feira, trabalhadores dos comércios e população em situação de rua.
Houve diversos momentos, além da apresentação dos próprios produtos desses camponeses e camponesas. Um deles foi a celebração de abertura um pequeno teatro que denunciou a situação dos povos da terra e território em que índios, quilombolas e camponeses/as estão sendo marginalizados do acesso à terra, oprimidos e sofrendo violência por parte do Estado e fazendeiros do agronegócio. Assim, foi lançado o caderno de Conflitos no Campo – Brasil – 2015. Nesse momento a Comissão Pastoral da Terra denunciou o reino de morte se sobrepondo sobre o Reino da Vida em que despejos, assassinato, pistolagem, violência, escravização de trabalhadores e a destruição e envenenamento do bioma Cerrado aumentaram absurdamente em 2015.
E em meio às denúncias da realidade de pessoas que buscam a dignidade a si e à família por um pedaço de chão para viver e sobreviver com o suor do rosto, juntamente ao anúncio de uma esperança oferecida por camponeses/as com produção agroecológica respeitando a terra, água, animais, plantas e pessoas que esse dia festivo e comemorativo terminou com a Boa Notícia de que todos e todas podem ter vida e uma vida em abundância (Jo 10, 10).